SOS em defesa dos animais marinhos
Ambientalistas lançam SOS em defesa dos animais marinhos
Sessenta por cento das cerca de cinco mil tartarugas marinhas que são encontradas mortas por ano no litoral do Estado do Rio, são vítimas do lixo, principalmente sacos e copos plásticos. A preservação desses animais, vítimas da sujeira no mar e da pesca predatória, é o alvo do SOS Peró/Conchas. O evento será realizado neste sábado, a partir das 10h, ao longo dos sete quilômetros das praias do Peró e das Conchas, em Cabo Frio, na Região dos Lagos.
O local é um dos trechos do litoral fluminense mais vulnerável à pesca predatória feita por embarcações do sul do país. O evento também tem o objetivo de conscientizar os banhistas a não deixarem lixo na areia das praias.
A ação voluntária, que conta com o apoio da Secretaria estadual do Ambiente, vai reunir surfistas, ambientalistas e amigos das praias do Peró/Conchas, protegidas pelo Parque Estadual da Costa do Sol. O lixo coletado nas praias será catalogado e pesado pelos voluntários, nos moldes da ação internacional Clean Up The World (Dia Mundial da Limpeza das Praias), apoiado pela ONU.
“Todo o pessoal da Secretaria do Ambiente, em especial as equipes do Inea que trabalham no Parque da Costa do Sol, estarão empenhados no evento. É nossa obrigação” – disse o Secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.
Segundo o surfista Marcelo Valente, apenas no ano passado o grupo Ondas do Peró catalogou 378 pinguins encontrados, vivos e mortos, nas praias do Peró e Conchas. Um deles morreu sufocado por uma tampa de creme dental na garganta.
“Também encontramos tartarugas, atobás e outros animais vítimas do lixo que é jogado no mar. O problema se agrava no verão, quando aumenta o movimento nas praias” – alertou Valente.
O pesquisador Salvatori Siciliano, do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (Gemm-Lagos), ligado à Fiocruz, lamentou a falta de um centro de reabilitação de animais marinhos no Estado do Rio. Ele sugeriu que ações como a deste sábado sejam realizadas em outras praias do litoral fluminense:
“Estes movimentos são extremamente importantes porque chamam a atenção para o problema. As pessoas precisam saber o que está acontecendo nas nossas praias. O descarte de lixo no mar é um crime contra a natureza. Anualmente, cerca de cinco mil tartarugas, além de atobás, fragatas e pinguins morrem porque ingerem o lixo espalhado no mar ou são vítimas da pesca predatória feita por grandes embarcações que vêm de outros estados para pescarem no litoral da Região dos Lagos, que é altamente piscoso” – disse o biólogo marinho.